Revista Paisagismo e Paisagem
Nº 115,
VARANDA, páginas 40 à 43
Para a família
Após uma reforma, a varanda se transformou no ambiente mais frequentado da casa
Texto Renata Putinatti
Fotos Fran Parente
O casal jovem com três filhas optou por viver em um condomínio fechado em Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, em busca de segurança e também por ser uma área privilegiada, com poucos imóveis no entorno e muita vegetação negativa.
A proprietária, esportista e bailarina, e o marido, empresário, adoram curtir o lar, assistir filmes e preparar churrascos em família, por isso, queriam ampliar a pequena varanda existente, transformando-a em um ambiente de estar e diversão.
Para entender a este projeto, eles acreditavam que seria preciso uma grande reforma. Mas, surpreenderam-se quando a arq. Renata Coppola, da capital paulista, apresentou uma sugestão de intervenção com apenas pequenas modificações, dividindo o espaço em uma área para descanso e outra para churrasqueira. “A obra supriu totalmente as expectativas deles, pois inclui todos os pré-requisitos, como sala na varanda, cobertura com vidro, mesa para dez lugares, forno de parede, churrasqueira grande com cooktop, máquina de gelo e adega”, afirma a profissional.
Entre a elaboração do projeto e o desenvolvimento foram cerca de quatro meses. Na opinião de Renata, o curto período foi em virtude do estudo prévio dos interesses em comum de cada integrante da família, levando em consideração desde as cores até o tipo de mobiliário.
A arquiteta conta que o maior desafio foi ampliar a varanda sem interferir no telhado e tampouco sem aparentar que não fazia parte da arquitetura original da residência. “Isto foi solucionado com a implantação de um grande pergolado ajustado ao telhado e com cobertura de vidro, sob o qual a área de descanso com sofá e poltronas”, explica:
EM DESTAQUE
Com 41m², a varanda foi planejada para integrar toda a família e reunir os amigos, tronando-se um local alegre, descontraído e, principalmente, muito confortável.
Este pedido é pontuado, por exemplo, na escolha do mobiliário em fibra sintética e madeira de demolição, da Amazônia Móveis, revestido por tecidos náuticos, da TecDec, especiais para áreas molhadas, porque não absorvem água e, como não são emborrachados, possuem textura saudável ao toque. “Não existe nada melhor do que desfrutar da piscina e pode se sentar no sofá para um bate-papo ou assistir a uma partida de futebol sem se preocupar com o estrago que a umidade acarretaria aos móveis”, acredita a arquiteta.
A decoração também foi concebida com o critério de ser aconchegante e resistente a interpéries, além de atender favoravelmente o acesso direto da área de lazer e a piscina. “Ao escolher os objetos, adquiridos no depósito Santa Fé, levei em consideração que o espaço era multiuso e poucas pelas com valor estético e bastante utilidade seriam suficientes”, comenta Renata.
Ela acrescenta que os diferentes tons de azul dos tecidos permeiam pelo preto para fazer a síntese com a área da churrasqueira, que possui uma bancada de granito negro São Gabriel muito evidente.
PAISAGISMO
A varanda está integrada à área de lazer com piscina e ao jardim e sua cobertura de vidro permite aproveitar o máximo a vivacidade da vegetação e a iluminação natural.
O paisagismo, projetado por profissionais do escritório de Renata e implantado pela empresa Rennova Paisagismo, prioriza as diferentes tonalidades de verde das folhas e também o uso de plantas com porte mediano, em especial, junto aos muros, onde aparecem palmeira-areca (Dypsis lutescens), pândano-veitchi (Pandanus veitchii) e estrelítzia (Strelitzia reginae).
O plano de fundo do ambiente de estar com sofás e poltronas é um denso conjunto de podocarpos (Podocarpus macrophyllus), que forma uma bonita cerca-viva. Neste local, também ganha destaque o vaso com pleomele (Dracaena reflexa).
No setor da churrasqueira, apostou-se em uma jardineira de madeira com exemplares de orquídeas-bambu (Arundina bambusifolia), que oferecem colorido sem obstruir a vista para a piscina. “O ambiente externo, anteriormente pouco utilizado, passou a ser um dos mais frequentados pela família, mesmo em dia de chuva”, finaliza a profissional.